Relacionamentos abusivos e destrutivos acontecem dentro dos mais variados graus e nuances.
Quando não sou totalmente responsáveis por mim me coloco em situações de abuso e violência. Isso porque enquanto não assumo minha autorresponsabilidade eu espero que o outro cuide de mim e, assim, me descuido de mim.**
O ponto é que, de certa forma, nenhum(a) de nós já a assumiu totalmente nossa autorresponsabilidade. Todos nós temos dentro de nós e em algum grau uma criança ferida, impotente, carente etc. Enquanto não cuidarmos dela, todas as relações que vivenciarmos terá pelo menos algum grau de distorção e destrutividade junto - e isso significa que é um cuidado pro resto da vida.
Com isso, o que precisamos é aprender a identificar e a lidar com esse padrão. Conhecer e querer cuidar da nossa criança interna.
Além disso, preciso também querer contar pro meu adulto quais são os casos e os momentos nos quais preciso sair e dar um basta (e, assim, me proteger) e quais são os casos onde é possível ter diálogo e ajustes (onde uma relação é majoritariamente construtiva e apenas com nuances de distorção e abuso, aqui e ali. Nessas relações o amor e o vínculo estão bem mais saudáveis e equilibrados que os processos destrutivos que aparecem vez ou outra).
Estou falando isso porque é essencial termos a consciência de que é um cuidado pra vida toda. E que, sim: toda e qualquer relação terá momentos de crises. Porém, isso precisa ser apenas isso: momentos. Para eu estar numa relação saudável a tensão, a adrenalina, o medo, as brigas (e outras inúmeras coisas) não podem ser a regra. A harmonia, o bem-estar, a vontade de estar junto e de querer crescer junto PRECISA prevalecer. E pra eu saber diferenciar uma da outra eu preciso QUERER olhar e separar o “joio” do trigo, caso contrário eu me engano e continuo numa relação abusiva (pelo resto da minha vida, se eu assim quiser).
Quem aqui já se viu em armadilha assim? Onde se convenceu de que a coisa não era tão destrutiva quanto parecia? (eu já - e sei que as desculpas que a gente se dá pra continuar são inúmeras! É preciso bastante força para dar um basta, sair e não voltar. É preciso apoio - até pra nos lembrar que a decisão está certa. E é preciso coragem pra dar o passo…)
** Quer saber mais? O livro "Co-Dependência Nunca Mais", da Melody Beattie
Alessandra Girotto – Sou Psicanalista, Coach, Ativadora de TendaVermelha e Terapeuta Holística. Focalizo Dança Circular e Círculo de Mulheres desde 2015. Atualmente participo do Programa “Pathwork® de Transformação Pessoal” e da formação nas “Novas Constelações Familiares"
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