Amor e Poder: Quando o medo se disfarça de proteção

Qual a relação entre amor e poder pessoal? Por que amar pede vulnerabilidade? Como o medo se disfarça de proteção? Reflexões sobre autoconhecimento, entrega e transformação emocional.

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Alessandra Girotto

11/29/20252 min read

person in white long sleeve shirt and black pants
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Já parou para pensar o que é poder de verdade?

Não o poder que a gente vê nos filmes - aquele que domina, controla, oprime. Mas o poder que nasce de dentro. Que se sustenta sozinho. Que não precisa diminuir ninguém para existir.

Para você, é possível manifestar poder com liberdade, amor, sabedoria e alegria? Essas coisas podem caminhar juntas - ou são excludentes?

E mais fundo ainda: quais imagens você carrega sobre cada uma dessas palavras?

O que sei na teoria (e o que sinto na prática)

Conscientemente, sei que amor é poder - na sua forma mais rica e plena.

Sei também que sem amor não existe poder real. Que é algo inesgotável, abundante, fluido. Que conecta, cria vínculos profundos e verdadeiros.

Mas por dentro? Por dentro ainda guardo outra imagem...

Nessa imagem distorcida, quem ama é "bonzinho" - e não tem voz nem vez.

Nessa imagem, pra demonstrar amor eu preciso ser útil. Submissa. E mesmo assim posso ser enganada, traída, humilhada.

Nessa imagem interna - que nem sempre queremos admitir -, amor está longe de poder. Longe de liberdade. Longe até de alegria e prazer.

O que sobra? Dor. Sofrimento. Medo de entregar. Desconfiança. Rigidez.

Separação.

O poder distorcido que mora na vítima

E aqui está o ponto mais difícil de encarar:

Quando me coloco no lugar de vítima, também exerço poder.

Poder distorcido, sim. Mas poder.

Quando manipulo, minto, ou me identifico com minha dor como identidade, controlo todos que estão envolvidos. Prendo o outro na culpa. Me protejo da vulnerabilidade. Evito responsabilidade.

Esse é um lado que normalmente não queremos ver - muito menos admitir.

Mas é preciso olhar:
Na minha vítima há poder. E há prazer distorcido.

Abrir mão disso exige força de vontade, coragem para auto-confrontação e paciência - muita paciência.

Amor verdadeiro pede entrega (e isso assusta)

Para amar de verdade, preciso abrir mão do controle.

Preciso soltar o medo de amar, de me entregar, de ser e estar vulnerável.

Para amar, preciso aceitar me abrir. Confiar.

Na vida. No outro. Em mim.

Principalmente em mim - e no poder que reside exatamente nesse lugar de abertura.

Consegue formar uma imagem de poder nascendo daí?

Consegue criar referências saudáveis para você?

Se não consegue agora, tudo bem.

Busque. Investigue. Sonhe.

Se dê a permissão de tentar.

É possível.

E vale muito a pena.

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* Texto originalmente escrito em 06/02/2019, editado e readaptado em 29/11/2025.